Redes Sociais x Comunidades virtuais




Orkut, Twitter, Facebook, Youtube poderíamos chamar de redes sociais? Não. Então, o que são redes sociais? São pessoas interagindo com pessoas. Ponto final e fim de papo.
Espere aí. Ponto final não, vamos conversar mais um pouquinho pra gente entender melhor.

Existe somente um Deus, assim o cremos. Logo, ninguém neste mundo existe sem o “tu”, ou seja, sem relação. É fato. Daí, podemos afirmar  que, “redes sociais” já existem desde que existe o ser humano.
E como é que se cria rede entre as pessoas? Pela interação que se faz através de sinais, gestos, conversas, através de tambores, fumaças. Mais adiante, através de cartas escritas em papel, por telégrafo, telefone e, por último, por sites de relacionamentos na Internet, como o Facebook, Twitter, Orkut, Myspace.

Atenção! Eu falei através de interação, não participação. E aqui é importantíssimo saber qual é a diferença entre ambos pra não conceituar rede social somente como a participação de um grupo de pessoas ou a soma dos meus 300 amigos no Facebook. (Por favor, dá uma espiadinha lá no dicionário e diga pra nós aqui abaixo o conceito de participação e interação).
Se tiver um tempinho, veja um exemplo de interação.

Portanto, quanto mais interação, mais sinergia e, consequentemente, maior será a possibilidade de concretizar o objetivo do grupo (rede social).

Ôpa Talvacy, você falou em objetivo do grupo? Exato. Porque quem navega na rede, sem um objetivo claro, vai ficar rodando desembestado como um peão, saltando de uma página pra outra, sem chegar a lugar nenhum. Ter clareza do tema ou do problema que quero resolver é fundamental pra ganhar tempo e qualidade no resultado final.

Portanto, sintetizando, redes sociais na internet são pessoas interagindo com outras pessoas, através de plataformas digitais abertas – Orkut, Twitter, etc. – possibilitando assim um espaço horizontal de conversação e de informação, em torno de objetivos comuns.

E comunidades virtuais?
Eu disse que redes sociais vêm lá de longe, fazem parte do nosso DNA. Comunidades virtuais, invés, surgiram há cerca de 35 anos, mas somente nos últimos dez anos, a cultura da comunidade colaborativa começou a decolar.
Como qualquer grupo social, as comunidades virtuais precisam de um sentimento compartilhado porque se trata de traçar juntos uma determinada linha de ação. Ex. Um grupo de amigos, um grupo de voluntariado, um grupo de jovens de Igreja, um grupo de hacks e por aí vai.

Então, não há diferença entre redes sociais e comunidades virtuais?
Eu diria que sim.
Na comunidade, as pessoas formam laços afetivos mais fortes, têm mais compromissos umas com as outras e abraçariam, de acordo com a união da mesma, um sentimento de pertença. (digo isso, pensando, por exemplo, na comunidade “família” ou uma comunidade de freiras. Não direi o mesmo com uma comunidade de padres porque é mais complicado).
Nas redes sociais, todavia, as pessoas são nós (pense naqueles nós da rede de pescar) que interagem, com uma independência e fluidez de 360 graus, sem ter a necessidade de um sentimento de pertença afetiva.
Ficou claro ou mais escuro? Por favor, qualquer nó, comente abaixo.

E quais são os perigos?
Ou então, outra pergunta que já virou ladainha: as comunidades virtuais e redes sociais na internet não seriam um faca de dois gomes?
Eu replicaria. O que não seria nesse mundo uma faca de dois gomes? Uma caixa de chocolate nas mãos de uma criança? a religião? A televisão? Uma lata de açúcar quando eu tinha a idade de 5 anos? Um carro, um lápis, um chiclete?
O perigo, veneno, o problema, o mal, não estão no chocolate, na religião e, nem muito menos, na internet, mas, na nossa mente. Na internet, você e somente você decide e escolhe aquilo que quer produzir e consumir. Na internet, você não vai encontrar uma voz divina, vinda na brisa do vento, como aquela de Javé, gritando do alto da montanha: “Talvacy, atenção Talvacy, não clique naquela página porque tem um spam que quer descobrir a sua senha; não clique naquela outra porque tem uma mulher nua fazendo strip-tease; porque tem um jogo de azar pra roubar sem tempo e seu dinheiro e por aí vai.”

Diante da Internet, eu, com a minha consciência, serei o único autor responsável pelas escolhas e pela identidade que construo nas redes sociais. A internet não forma pessoa má ou boa, projetos de vida ou de morte. A pessoa que a usa tem toda a liberdade para potencializar seus interesses e projetos em vista da construção ou destruição de si mesma ou dos outros. Publiquei recentemente no meu Twitter um pensamento de Dowbor que dizia: “O problema não está nas tecnologias, mas em quem delas se apropria”.

As redes sociais, nos últimos anos, já revelaram o seu poder transformador e democrático. Influenciadas por elas, ditadores já perderam seus reinos, políticos corruptos se encontram presos, o preço do queijo caiu quase pela metade em Israel, milhares de jovens na Espanha, Itália, Inglaterra, etc lotam ruas e praças manifestando contra uma falsa democracia predominante.

Em nível de Igreja, embora muito tímido, já há também sinais do uso da rede. Por exemplo, sem ela, tudo seria mais difícil organizar um megaevento, como a JMJ. Olhando pra nossa casa, o grupo de jovem da paróquia de Santa Luzia e tantos outros grupos, comunidades, paróquias, já utilizam o Orkut, blogs, Twitter para trocaram informações e reforçarem os laços de comunidade cristã. É fato.

Concluo, provocando a interação participativa do grupo em torno do tema. 
Que uso faço das redes sociais?
E aí, nós Igreja, devemos ou não entrar nessa onda? Se sim, como devemos usá-las?
Quais seriam as vantagens e desvantagens?
Concretamente, que passos podemos dar pra direcionar o uso da rede, da melhor forma possível, em vista da realização dos objetivos do nosso grupo/comunidade ou paróquia? 

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4 comentários:

Anônimo disse...

muito bom o artigo estao todos de parabens

Bruno Freitas

Anônimo disse...

Parabéns Pe Talvacy, gosto de ler seus artigos, pois nos leva a uma reflexão ao uso de orkut, Facebook, twitter, etc... ferramentas que nos levam a formar uma rede social. Hoje, conscientes do seu rápido poder construtivo ou destrutivo. A igreja não pode ficar de fora dessas realidades e sim, procurar orientar o uso de forma ética e responsável, se beneficiando dessas novas ferramentas para a missão evangelizadora.


Fátima Amorim

Anônimo disse...

muito bom esse artigo pe estamos contente de poder partilhar com o senhor mesmo a distancia parabens essa parceria com a juventude é muito boa pois eles sao o futuro da nossa igreja temos mesmo que ivenstir neles abraço a todos.

Maria Neuma de Amorim

Talvacy Chaves disse...

Estava nos Estados Unidos, cheguei de volta a Roma. Fui turistar e também fazer um estudo do uso das redes sociais dentro de uma agencia de jornalismo em Washington Capital. Muita bagagem e experiência pra contar.

Como vcs viram no texto acima, a palavra de ordem nas redes sociais é "interação".
Interagir, expandir nossas ideias, ser um promotor de mudanças, fazer algo pra que o mundo/país/cidade/bairro/rua/família/eu mesmo seja mais justo e mais humano.
Não é brincadeira não. Nós podemos! Nós temos todas as ferramentas necessárias pra fazer a mudança que queremos. Nós podemos ser ouvidos. Podemos ser/fazer muito mais do que há 10 anos. Os meios que estão em nossas mãos são altamente impactantes e pode provocar um efeito muito grande naquilo que queremos.
Parabéns ao grupo de jovem de Santa Luzia que percebeu que a internet não é apenas mais uma tecnologia criada, mas é uma caixa de ressonância importante pra Igreja e pra sociedade.
Parabéns ao grupo responsável pelo programa jovem na Rádio Rural pelo uso inteligente e interativo do Twitter, Facebook, etc. O futuro da comunicação passa pela relação, pelo contato e pelo amor e respeito pelo outro.
Um abraço e em breve, publico mais um pedaço de história por aqui.